Alimentos funcionais: fontes de probióticos
- Norey Teodózio
- 29 de out. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de nov. de 2020
Probióticos, palavra que significa “a favor da vida” são microrganismos benéficos ao corpo humano e que são encontrados sobretudo em produtos fermentados, iogurtes, bebidas lácteas fermentadas contém muitos probióticos mas eles estão também presentes em outros alimentos fermentados tais como soja, chucrute não pasteurizada, pickles, kombucha,

Nem todos os produtos fermentados em indústria são probióticos. Alguns iogurtes não o são. Para terem propriedades probióticas é necessário que as agências reguladoras de produtos alimentares os reconheçam por medida da quantidade de unidades formadoras de colônias requeridas(UFCs). Este reconhecimento deve estar presente na rotulagem do alimento. Esta aferição é mais difícil em produtos caseiros como Kefir, kombucha e chucrute pois dependem muito dos métodos de confeção,
Estudos que envolvem a microbiota humana revelam que:
Cada estirpe de bactérias ou grupos delas são responsáveis por um benefício específico.
com grande certeza há um envolvimento dos probióticos na imunidade do indivíduo
têm efeitos benéficos no funcionamento geral dos intestinos; são capazes, por exemplo de regular a microbiota após a toma de antibióticos, este com efeitos negativos sobre ela. Também previnem ou revertes estados de obstipação ou diarreicos. Estas funções já foram reconhecidas há décadas pela ciência.
Produzem. Vitamina K, B1(tiamina), B3(niacina ou ácido nicotínico) B6(piridoxina), B7(Biotina), B9(ácido fólico), B12,
Produzem substâncias de efeito protetor, como por exemplo as infeções do trato urogenital feminino.
Podem inibir a atividade do Helicobacter Pilori (H. Pilore, bactéria residente na parte alta do trato digestivo, incluindo estômago, responsável por gastrites, úlceras e cancros e que são de difícil erradicação.
Melhoram a digestão de diversos alimentos, entre eles a lactose, podendo serem aliados para quem tem deficiência em láctase, a enzima que digere a lactose.
há evidências de que neurotransmissores presentes nos intestinos fazem comunicação direta com o cérebro, sendo, portanto, um modulador potencial de estados de humor;
Especula-se que a microbiota intestinal possa inibir células tumorais especialmente nos casos de cancro(câncer) colon-retal. No entanto, doentes oncológicos apenas devem ingerir suplementos de probióticos sob supervisão do seu médico, dados efeitos secundários que podem advir, devido às suas fragilidades.
Que efeitos adversos aos probióticos, paradoxalmente, ocorrem com maior frequência em indivíduos imunodeprimidos
Estudos mais recentes, geralmente feitos em cobaias animais, sugerem que os probióticos também podem ter efeitos:
· Na obesidade (função ligada à estirpe (Akkermansia muciniphila)
· Doenças bucais, lembrando que a microbiota bucal é diferente da intestinal
· Controle do colesterol e tensão(pressão) arterial (assimilação do colesterol pela estirpe Lactobacillus e Bifidobacterium
· Problemas cutâneos, incluindo acne, irritações e qualidade geral da pele (também por cepas específicas)
· Que podem ter efeitos antienvelhecimento.
Para ter efeitos com probióticos é preciso fazer uma ingestão diária e em doses entre 106 a 107 ufc/g ou ml de bio produto. Isto porque:
· A microbiota é muito populosa (por indivíduo, em média 10 trilhões de unidades distribuídas por aproximadas 400 espécies) e para surtir alterações na mesma deve-se aportar números grandes também.
· Substâncias ácidas presentes no trato gastrointestinal e que são libertadas no processo de digestão aniquilam uma parte do que é ingerido, de modo que até chegarem aos intestinos, parte se perde pelo caminho.
Por causa disso, sem prejuízo de consumirmos alimentos probióticos em nossa dieta, há sempre maior probabilidade de usufruir dos efeitos dos mesmos por ingestão de suplementos, pois estes vêm em doses que rondam os 100 milhões de bactérias por toma, o que não se encontra em nenhuma dose de alimento.
Também é necessário associar o consumo de probióticos a outros hábitos que favorecem o funcionamento dos intestinos tais como eliminar o sedentarismo. Pela outra via, é preciso evitar hábitos que prejudicam o seu funcionamento, tal como o hábito tabágico.
Probióticos são bons, mas não são a panaceia universal que faz sugerir o universo quase ilimitado de possibilidades do seu uso para diversas funções no organismo. Muitas das virtudes apregoadas dos probióticos advém de estudos recentes, alguns dos quais feitos em animais de laboratório e as conclusões dos trabalhos, embora válidas, não podem ser simplesmente transferidas para a raça humana.
Vale, no entanto, ressaltar que qualquer ensaio laboratorial feito em animais são um ponto de partida para ensaios em humanos e estão por trás das grandes descobertas de medicamentos que são reconhecidamente benéficos para a raça humana. O que não vale é pensar que tudo que funciona para ratinhos também são bons para nós.
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