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Intestinos : conceitos antigos e atuais

Os intestinos são um conjunto de dois tubos anatómica e fisiologicamente diferentes, um mais fino, com aproximadamente 6 metros (intestino delgado), ligado por uma extremidade ao estômago e pela outra ao intestino grosso, este com aproximados 1,5 metros e que está em comunicação ao exterior através do ânus.


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Até bem pouco tempo, os intestinos eram conhecidos mente pelas suas funções de absorção de nutrientes, captação e distribuição de água e eletrólitos e excreção de resíduos da digestão dos alimentos: as dobras do intestino delgado formam vilosidades que ampliam a área do tubo até aproximados 300 m2, capazes de captar alguma água e absorver a maior parte dos nutrientes; estes são transportados pela extensa rede de vasos para o fígado e deste para todas as células do corpo; O intestino grosso, por sua vez, capta a maior parte da água e com esta faz a dissolução dos restos não digeríveis pelo organismo e encarregam-se de excretar as fezes. Lá residem a maior parte das bactérias que melhoram a digestão de diversos subprodutos das fases anteriores e produzem uma série de espécies bioquímicas necessárias ao funcionamento do organismo.


Todo este processo é auxiliado pela microbiota – um conjunto de vários triliões de bactérias comensais e mutualistas de 1200 espécies diferentes e que fazem parte, junto com as matérias não digeridas, do muco que recobre os intestinos.


Sabe-se hoje que a ação fermentativa desses microrganismos confere ao intestino propriedades metabólicas, fazendo dele um órgão endócrino, responsável pela produção de vitaminas, hormonas, neurotransmissores e outros produtos necessários a todo o corpo.


Por outro lado, atuam contra bactérias patogénicas, por vários mecanismos tais como a produção de agentes microbicidas, por produção de muco de proteção e pela simples competição pelos substratos presentes. Além disso, participam da maturação e ativação do pool de células do sistema imunitário presentes nos intestinos. Especula-se que, também, possam proteger contra doenças inflamatórias e metabólicas e até mesmo influenciar processos neurológicos.


A microbiota é responsável pela produção de diversas entidades bioquímicas indispensáveis ao corpo humano entre elas:

  • · A vitamina K, indispensável aos processos de coagulação sanguínea

  • · O triptofano, utilizado na produção de melatonina e serotonina, reguladores de humor e do sono

  • · Ácidos gordos de cadeia curta, que servem de combustível para as células do cólon (intestino grosso)

  • · Vitaminas B1, B2 e B12, importantes em funções diversas

  • · Outros

À luz dessas novas descobertas, a relação entre a microbiota e os intestinos deixou de ser considerada comensal (aquela em que há proveitos sem afetar a função do hospedeiro) para uma relação mutualista (troca de influências recíprocas). Os intestinos ganharam projeção e importância tal que passou a ser reconhecido por alguns como o nosso segundo cérebro. A saúde intestinal passou a ser considerada vital para o funcionamento do corpo e até mesmo do cérebro humano, com quem parece estabelecer uma espécie de diálogo feita através de uma rede neuronal.



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