Intestinos : conceitos antigos e atuais
- Norey Teodózio
- 20 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Os intestinos são um conjunto de dois tubos anatómica e fisiologicamente diferentes, um mais fino, com aproximadamente 6 metros (intestino delgado), ligado por uma extremidade ao estômago e pela outra ao intestino grosso, este com aproximados 1,5 metros e que está em comunicação ao exterior através do ânus.

Até bem pouco tempo, os intestinos eram conhecidos mente pelas suas funções de absorção de nutrientes, captação e distribuição de água e eletrólitos e excreção de resíduos da digestão dos alimentos: as dobras do intestino delgado formam vilosidades que ampliam a área do tubo até aproximados 300 m2, capazes de captar alguma água e absorver a maior parte dos nutrientes; estes são transportados pela extensa rede de vasos para o fígado e deste para todas as células do corpo; O intestino grosso, por sua vez, capta a maior parte da água e com esta faz a dissolução dos restos não digeríveis pelo organismo e encarregam-se de excretar as fezes. Lá residem a maior parte das bactérias que melhoram a digestão de diversos subprodutos das fases anteriores e produzem uma série de espécies bioquímicas necessárias ao funcionamento do organismo.
Todo este processo é auxiliado pela microbiota – um conjunto de vários triliões de bactérias comensais e mutualistas de 1200 espécies diferentes e que fazem parte, junto com as matérias não digeridas, do muco que recobre os intestinos.
Sabe-se hoje que a ação fermentativa desses microrganismos confere ao intestino propriedades metabólicas, fazendo dele um órgão endócrino, responsável pela produção de vitaminas, hormonas, neurotransmissores e outros produtos necessários a todo o corpo.
Por outro lado, atuam contra bactérias patogénicas, por vários mecanismos tais como a produção de agentes microbicidas, por produção de muco de proteção e pela simples competição pelos substratos presentes. Além disso, participam da maturação e ativação do pool de células do sistema imunitário presentes nos intestinos. Especula-se que, também, possam proteger contra doenças inflamatórias e metabólicas e até mesmo influenciar processos neurológicos.
A microbiota é responsável pela produção de diversas entidades bioquímicas indispensáveis ao corpo humano entre elas:
· A vitamina K, indispensável aos processos de coagulação sanguínea
· O triptofano, utilizado na produção de melatonina e serotonina, reguladores de humor e do sono
· Ácidos gordos de cadeia curta, que servem de combustível para as células do cólon (intestino grosso)
· Vitaminas B1, B2 e B12, importantes em funções diversas
· Outros
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